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domingo, 27 de fevereiro de 2011

Educadores lamentam escolha de Tiririca para comissão na Câmara

Algumas pessoas

teriam

vergonha de ____ fazer certos comentários
//////////////////////////////////////// indiferentes

caso pudessem


. . . . sentir o cheiro de carniça




que estes _____ mesmos exalam,

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A transa do gato com a árvore

O meu parto com o TKofL foi incomumente natural: eu me agachei e ele saiu... e mesmo coberto de placenta não me estranhou nadinha. Mesmo a crueza ou minimalismo ou batuque candombléctro; simplesmente amei. Mesmo o olhinho caído. Mesmo a sua rapidez, mas OH, nasceu com 4kg!

Te juro! Tive que parar de olhar pra criança pra dar de mama pras outras! 'Tô me proibindo de ouvir pq eu quero inflar um prazer de vontade, de desejo de ouvir, ... Mas toda vez que eu olho esse rebento... ao ouvir os comentários ácidos que ele vem recebendo,..., eu penso MAH COMO?! Será que é o mesmo álbum?

Sei lá, colocaram alguma coisa no meu download, deve ser isso.
E eu posso dizer que sou uma mãe muito sortuda!
Puxou ao pai...


;;.;;.....;....;.;;;;´´´´.,´´,...;;;;´´´;;;..;;;´´´´´;;;;


Depois de 12 horas de crescimento, um megabyte edificando o outro, quase ao completar os seus 80 mb de idade, tivemos um caso. Estava com medo: depois de tanto tempo – considerando a velocidade que o mundo gira hoje – ele trouxe um peso nas costas que não podia entender, mas como me ensinou Adoniran: “deus dá o frio conforme o cobertor”.
Estava na minha mesa batendo clics sobre janelas quaisquer quando ele apareceu. Meio estranho; Olha só, como falar de paixão a primeira vista sem parecer piegas? Posso? Não sei, não sei...
Num determinado momento, no primeiro (como bem lembro, chamou de Bloom), surgiu construindo uma estrutura, tecendo pequenos fios sobre um corpo desnudo como se fosse o destino jogando e entrelaçando. Como quando Carmen (de Bizet) brinca com o destino nas cartas e (vê o seu cruel). Era um emulador de piano, mas tinha cheiro de jogo/destino! Juro de pés juntos! Tanto que tinha um alerta em seguida, assim como grossos passos das partes graves, dos países baixos. Eu olhei pra tudo aquilo - pro King, ele olhou pra mim,...; eu disse 'vou te comer'; e ele me disse 'mas descobre meus pontos erógenos pq eu não sou os outros', eu disse 'tudo bem'; ele disse 'faz assim que eu gosto'. Não bobo, eu saí dali pq cultivar a sede (nesse campo) é melhor que satisfazê-la. Há um corpo inteiro pra conhecer, e posso tirar o melhor prazer de qualquer parte que for. “Sei de suas preferência”, eu disse. E ele respondeu “Olha, você bem sabe! Bem sabe o que faz. Não dá vontade de te tirar de dentro de mim”.
Uma noite!


Mas sério, (nem tanto assim)
Vejo tanta crítica por aí de pessoas que dizem sequer conseguir encontrar um momento grandioso no álbum, ou mesmo entrar em órbita, mas no mínimo nem tentam/conseguem tirar os pés do chão, pois estão com os bolsos abarrotados/cheios/e pesados de Hail to Thief, OK Computer, In Rainbows, Cosmogramma ou próteses do passado [[[que é ‘uma roupa que não nos serve mais’]]].


Faz o seguinte: na próxima, vai peladinho! Nuzinho da Silva (tanto de mitos quanto de fracassos)! Mas não pra responder no Orkut/facebook/twitter/blog. É pra responder só pro seu coraçãozinho radioheadiano!

Ou senão, vai pra casa. Um dia o amor vem.







The King of Limbs - Uma aproximação

Nos últimos dias tenho lido muitas reviews sobre o The King of Limbs e estranhado a maior parte delas. E em todas, praticamente como em qualquer crítica, gira um certo tipo de moral que há muito – em minha opinião – deveríamos ter abandonado: a da dualidade, o que nos leva a uma comparação débil sobre alicerces que são únicos.

Só como exemplo, a seguinte:

"“The king of limbs” não tem em sua paisagem sonora os grandes relevos, com picos montanhosos elevadíssimos de emoção ("Fake plastic trees"), nem vales abissais de depressões profundas ("Let down"), ou ambos em uma só canção ("How to desappear completely"),"

Mas não é estranho que fiquem procurando Porto Alegre em São Paulo, ou Rio em Florianópolis? Te contaram sobre a diferença, não? Um é um e outro é outro... Não era assim?



Há muitos modos de se dizer o ser’, e considerando absolutamente tudo que li, vou falar de aproximação ///[[[em caso de namoro/paixão de Radio por Porishead]]]///. Muito simples: alguém falou de uma influência de Portishead nos nossos queridos amigos ingleses.

No primeiro post sobre o TKofL, comentei sobre um parecer entr

e Bloom e Little by Little, principalmente, com músicas religiosas e brasileiras. E na primeira faixa de Third, álbum de Portishead, é dito por um homem “Esteja alerta para a regra dos três: o que você dá retornará para você. Essa lição você tem que aprender; você só ganha o que você merece”. Ok., pode me dizer que se trata de uma religião Wicca, sim, tudo bem. Mas na verdade, grande parte das religiões têm a sua:



Apenas uma observação,

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Um Mito Esquisito


"Eu sou um horroroso/Sou um esquisito/Que diabos estou fazendo aqui?" Foi cantando esses versos autodepreciativos, esse sentimento de inadequação tipicamente adolescente, que o inglês Thom Yorke tornou-se conhecido. O ano era 1993 e esta música, "Creep" ("Horroroso"), virou uma espécie de hino de geração, junto com "Loser" ("perdedor"), do americano Beck Hansen. Na época, com o Nirvana acesíssimo, o rock alternativo dos EUA ainda era o centro das atenções do universo pop.

O Radiohead, grupo liderado por Yorke, parecia destinado a ser one-hit wonder, pônei-de-um-truque-só. No Reino Unido, onde o single "Creep" tinha inicialmente vendido míseras 6 mil cópias, era um nome tratado sem o menor respeito. "Radiohead é digno de pena, sem tutano, uma caricatura covarde de banda de rock", destroçou o semanário New Musical Express, comentando um show, em dezembro de 1992. O primeiro álbum, Pablo Honey, editado no ano seguinte, começou a mudar timidamente essa reputação.

E depois de lançar em 1995 um excelente segundo álbum, The Bends (a fossa planetária em doze irretocáveis canções, comprada por 2 milhões de pessoas), o quinteto de Oxford aprontou em 1997 OK Computer. Aclamado pela crítica do mundo inteiro como obra-prima, 4 milhões de cópias vendidas, o trabalho foi apontado pelos leitores da revista inglesa Q como o melhor álbum de todos os tempos. Todos os tempos

COMPARAÇÕES COM U2 IRRITAM

Hoje, fãs de rock em centenas de países aguardam ansiosos para beber nas palavras do próximo CD do Radiohead, prometido para o segundo semestre deste ano. Pode vir um disco ao vivo (muitos shows foram gravados ano passado) ou uma mistura de novas composições e sobras das sessões de OK Computer, ainda assim, a expectativa é grande. Admirado por colegas como Michael Stipe, do R.E.M. ("existe entre mim, Thom e Courtney Love uma concorrência saudável, entre amigos, para ver quem vai fazer um disco melhor", diz Stipe), e Patti Smith, Thom Yorke desponta como o compositor mais talentoso de sua geração.

Seu pequeno defeito físico, a pálpebra

do olho esquerdo caída (semelhante à do jogador Amaral, do Palmeiras), passa até por charme bowieano, mas acaba ajudando a compor o personagem "creep", de jeito esquisito e postura lambisgóia. Desde que popularizou as canções angustiadas de The Bends, porém, ele é mais do que uma figura marcante. Thom é apontado como o sucessor de Kurt Cobain no trono do rock´n´roll. De brinde, outro posto incômodo: pole position na corrida das tragédias que tanto fascinam o gênero.

"Pior do que ser apontado como o próximo mártir do rock é ouvir que somos o novo U2", costuma reagir o cantor, venenoso. Um fato o afasta quilômetros do líder do Nirvana: porres ocasionais à parte, Thom não tem histórico como consumidor de drogas pesadas. Sua vida é estável, estabilíssima: ainda toca com os amigos de adolescência, namora Rachel há muitos anos, nem mesmo o empresário mudou no caminho para o estrelato. Frase que a companheira anotou para ele como conselho: "Mantenha sua vida particular organizada para poder ser livre e caótico no seu trabalho".

Deve ser mais ou menos isso o que ele faz. Os próprios colegas de Radiohead dizem que Thom é temperamental. Deixa-se magoar por tudo que sai de negativo a seu respeito. Mastigou rancorosamente por meses uma notinha publicada no New Musical Express, com o título "O chilique de Thom", sobre um show que abandonou pela metade na Alemanha. "Eu fico com ódio ao ler essas coisas. Estava muito doente e só resolvi cantar porque estava nevando muito, em consideração às pessoas que tinham vindo. Só que entrei no palco e, depois da terceira música, minha voz acabou", explicou.

TÉDIO MORTAL NAS TURNÊS

O documentário Meeting People Is Easy (Conhecer Pessoas É Fácil), lançado no final do ano passado na Inglaterra (sai no Brasil e nos EUA em abril), traz cenas que reforçam a imagem do gênio atormentado pelas pressões do sucesso e engolido pelo ganância da indústria de entretenimento. Claro, essa história de como-são-infelizes-os-popstars-que-vivem-na-estrada costuma soar revoltante para você, que ganha a vida arduamente num emprego comum e adoraria poder viajar pelo mundo. Para quem saudavelmente encara o rock e a música pop como diversão, antes de qualquer coisa,conversas assim também não costumam colar.

Mas é impressionante a força das imagens do jovem cineasta Grant Gee. Ele consegue mostrar toda a alienação e o imenso tédio de uma turnê mundial e das exaustivas atividades promocionais. Radicalizando na exposição do artista como produto (idéia aproveitada pelo U2, com ironia, na Pop Mart Tour), Gee expõe o vazio dos zilhões de entrevistas, a idiotia das perguntas dos jornalistas, seu despreparo. Todo o sentido da criação artística se perde numa maratona de (des)encontros superficiais.

No Japão, Thom e o Radiohead aparecem tentando gravar um vídeo agradecendo ao prêmio de melhor banda do ano na opinião dos leitores do New Musical Express. "Que m***! Deus, eu odeio fazer essas coisas", descontrola-se Thom, depois de errar a fala pela terceira vez. Ele também é flagrado sozinho no camarim, fugindo de uma festona no backstage; abrindo o microfone para a platéia cantar "Creep" da forma mais desanimada já vista (aparentemente, sem deboche) sobre um palco, e ouvindo desaforos de bêbados na rua, em Nova York: "Radiohead, fuckhead, creep!"

Outra imagem elucidativa: a filmagem do clipe de "No Surprises", em que Thom tem seu capacete lentamente enchido com água até experimentar um breve afogamento. Depois da terceira tomada, ele cospe palavrões, visivelmente irritado com a idéia (do próprio diretor Grant Gee). Em outro trecho, num talk show, dois apresentadores discutem praticamente o mesmo clipe diante de um bolo: "É música para cortar os pulsos, a coisa mais triste que já ouvi".

Aliás, sobre o tom deprimido de suas canções, Thom já cuspiu, à época da turnê de The Bends. "Meu trabalho não é desculpa para ninguém se afogar em tristeza. Não quero saber da depressão dos outros. Quem vier me escrever para falar disso terá esta resposta: ´Não me venham com suas m***!´ "

Ele diz não se preocupar em ser honesto ou verdadeiro como compositor. "Honestidade é uma qualidade babaca, não quer dizer muita coisa. Se as canções têm qualidade, extrapolam qualquer referência pessoal."

"THOM PARECE ELVIS PRESLEY"

Em dezembro, o Radiohead tocou em Paris, num megaconcerto da Anistia Internacional. Antes, já havia apoiado a causa tibetana, a favorita do amigo Michael Stipe, do R.E.M. A nova fase engajada foi explicada em recentes declarações à TV inglesa. "Nosso grupo surgiu da cultura grunge de protesto. Mas acho que crescemos e que ficou claro para nós que nossos problemas são extremamente irrelevantes e que é um insulto querer empurrá-los para as pessoas via MTV."

Thom se importa com o sucesso comercial, sim. "Ele é tudo que um artista pode querer. Só não vou me violentar para atingi-lo." O veterano fotógrafo Tom Sheehan, um dos que mais o clicaram, faz uma comparação diferente. "Thom parece Elvis Presley", surpreende. "Sério, introvertido, mas um cara comum."

Numa auto-entrevista publicada pela revista inglesa Dazed And Confused, em 1996, o cantor do Radiohead perguntou a si mesmo se ele não sabia rir de vez em quando. A resposta: "As pessoas que mais me fazem rir são Jonny e Ed (colegas de banda). A gente se conhece desde os 15 anos e estamos constantemente sacaneando uns aos outros sem dó. Como garotos. Entre amigos tenho um senso de humor muito pueril, juvenil".

Um excelente exemplo desse humor está na origem do nome

do CD de estréia do Radiohead, Pablo Honey, homenagem a um trote gravado por dois idiotas americanos que se intitulavam Jerky Boys, cujo cassete virou cult no início dos anos 90. Leia a transcrição e fique tranqüilo: não há tragédia à vista.

"Pablo, querido?"

"Sim?"

"Por favor, querido, vem pra Flórida!"

"Ãhn?"

"Pablo, querido, tem lavado seu c*?"

"Quem tá falando?"

"Deixa ele bem limpinho, querido!"

Nome: Thomas Edward Yorke

Data de nascimento: 7 de outubro de 1968

Local: Wellingborough, Inglaterra

Escolaridade: Inglês e Artes na Exeter University

Empregos anteriores: vendedor no setor de moda masculina de uma loja de departamentos, barman e servente num hospital psiquiátrico

Estado civil: namora Rachel

Ídolos musicais: Elvis Costello, Scott Walker, Joy Division, R.E.M.

Neuras e opiniões polêmicas

"As Spice Girls são pornografia light. São o anticristo do pop. Se eu tivesse filhos, me mudaria para uma ilha onde não houvesse nada delas."

"Avião é tortura. Já começa pelas filas, pessoas como ovelhas indo pro matadouro. O ar é horrrível. Na primeira classe, tudo bem, porque o ar ainda não passou pelos corpos das outras pessoas, mas quem fica no fundo do avião respira o ar que já passou por todo mundo. É um nojo."

"Carro é muito perigoso. As pessoas acordam cedo demais para sair de casas onde não gostam de morar, para ir a um trabalho do qual elas não gostam, em um dos mais perigosos meios de transporte do mundo. Eu nunca me esqueço disso."

"Rock´n´roll me lembra pessoas com má higiene pessoal que gostam de receber sexo oral de completas desconhecidas."

"Jim Morrison era bonito, tomava drogas, as mulheres gostavam e coisa e tal, mas sua poesia é m***."

"Adoro música, amo os caras da banda. Não entrei nessa para ir a festas e falar com pessoas famosas. Quer dizer, tirando o R.E.M. e o Elvis Costello."

"Vi a carta de despedida de Kurt Cobain nas costas de uma camiseta e segui a menina por várias lojas tentando ler."

Um menino normal

Thomas Edward Yorke nasceu em Wellingborough, na Inglaterra, em 1968, e logo foi morar no litoral da Escócia. Precisou fazer cinco operações no olho esquerdo, mas diz que teve uma infância normal. "Detestava o diretor da escola, adorava minha bicicleta... Sinto decepcionar, mas nunca apanhei muito", conta. O pai ganhava um bom salário vendendo equipamentos de engenharia química e tinha sido campeão universitário de boxe. "Não deu muito certo, mas ele tentou treinar comigo", lembra.

Aos 8 anos, a família mudou-se para Oxford, onde Thom estudou em escola particular, Abingdon. Aos 10, já ensaiava com os amiguinhos. A primeira música, fez aos 11. Depois integrou uma dupla, Mushroom Cloud, que, dizem, chegou a explodir TVs em suas performances. Aos 14 começou a cantar, "porque ninguém mais queria", e fundou a banda TNT (o baixista Colin Greenwood, colega de escola, já integrava a formação).

Era uma vez uma banda...

Foi a partir do TNT, grupo que Thom tinha na adolescência, que nasceu, em 1987, o On A Friday ("numa sexta-feira", por causa do dia marcado para os ensaios), banda que incluía, além de Colin, o guitarrista Ed O´Brien, mais velho, e o baterista Phil Selway. Jonny Greenwood, irmão mais novo de Colin, entraria depois. Em 1991, a maioria dos músicos terminou a universidade (menos Jonny, que estava recém-entrando em Psicologia) e pintou um contrato com a EMI.

Em fevereiro de 1992, o jornal Melody Maker foi cobrir um showzinho de um certo grupo chamado Candyskins, em Oxford. O On A Friday abriu e depois viu publicado na resenha: "Nome horrível, inadequado para a impressionante intensidade desta turma. On A Friday oscila da calma desconfortável a um desespero ensandecido, atingindo extremos inesperados para uma banda com esse nome. Promissor é pouco".

Thom e seus colegas providenciaram rapidamente uma mudança de nome. Viraram Radiohead por causa de uma música do LP True Stories, do Talking Heads. A estréia em disco foi em março de 1992, com o EP Drill, puxado por "Prove Yourself". Para o single seguinte, os produtores americanos Paul Q Kolderie e Sean Slade começaram os trabalhos meio desanimados. Acharam a banda inexperiente, só gostaram de uma música nos ensaios. "A nossa canção tipo Scott Walker", anunciou Thom, antes de tocá-la. Paul entendeu que a música era do próprio Scott (ídolo de David Bowie, ex-Walker Brothers que lançou quatro discos solo antológicos no final dos anos 60) e Sean saiu lamentando: "Que pena que a melhor música é cover!"

Não era. Como o próprio Radiohead, inseguro, não conseguiu indicar nenhuma outra canção, ela virou o single. Surgia "Creep", que, meses depois, adotada por rádios em Telaviv (Israel) e, depois, em São Francisco (EUA), ganhou o planeta.

A conquista do mundo em três álbuns

PABLO HONEY (1993)

Álbum de estréia, gravado em três semanas, é um disco que melhorou com o tempo. Além de "Creep", tem bom punk rock ("How Do You?"), o deboche de "Anyone Can Play Guitar" e boas canções demonstrando personalidade, como "Stop Whispering" e "Prove Yourself".

THE BENDS (1995)

Segundo álbum, tristíssimo, uma espécie de Berlin (clássico de Lou Reed, de 1972) atualizado. Thom: "Compus as músicas no fundo do ônibus da turnê, bêbado, me sentindo mal. Eu achava que devia ser um artista torturado. Mas gosto de ´Fake Plastic Trees´, por exemplo, porque não é totalmente a sério, tem humor".

OK COMPUTER (1997)

Musicalmente mais sofisticado, tem elementos eletrônicos e estruturas como a de "Paranoid Android", em quatro movimentos. Thom diz que procurou escrever as letras, menos pessoais, como um observador, à moda de ´A Day In The Life´, dos Beatles. Apontado como a obra-prima do grupo.

Acidez nas letras

"E daí, se o pop morreu?

Não é nenhuma grande perda

De tanta plástica, seu rosto se rompeu

E a pele está descascando toda

Oh não, o pop morreu, longa vida ao pop!

Uma última fileira de coca

Para masturbá-lo"

"Pop Is Dead"

"Eu chego em casa do trabalho e você ainda está de camisola

O que é que eu posso fazer?

Conheço todas as coisas na sua cabeça e o que elas fazem com você

O que vai acontecer conosco?

O que podemos fazer?

Culpe a estrela negra

Culpe o céu que cai

Culpe o satélite que me guia para casa"

"Black Star"

"Um coração cheio feito um aterro

Um emprego que te mata lentamente

Feridas que não curam

Você parece tão cansado e infeliz

Bote abaixo o governo

Eles não falam, eles não falam por nós

Eu vou levar uma vida tranqüila

Um aperto de mão, monóxido de carbono

Sem alarmes e sem surpresas"

"No Surprises"



por Pedro Só

O reino dos Limbos

Não resisti e li uns comentários antes;

falaram em The Eraser;

The Eraser é bom no que se propõe: no artifício. A única coisa que dá sensação de humanidade – aqui no sentido de para além da técnica/ artifício/ computador, ou seja, algo feito por alguém, indivíduo, particularidade –, é a voz de Thom. O que me parece cansativo nesse álbum é o uso de programas que ao descobrir sua funcionalidade, por exemplo, randômica/aleatória (quando é selecionado um instrumento há a opção de construir uma escala em qualquer tom, com a quantidade de notas que se quiser, com diferentes intensidades/ volume,...), o que acaba desnudando um trabalho feito só por ponta de dedos, e melhor/pior, é o programa que cria a linha sozinho. Isso me parece o mesmo que escrever um livro por um programa que utiliza impressão de frases de impacto, ou chuteira do futuro que cobra o escanteio nos 45 do segundo tempo, ou Cézanne usando um pincel eletrônico pra fazer o seu trabalho, ou um amor de plástico, com membro de plástico, com boca de plástico,...

E por fim, se quiserem fazer mais comparações com o solo ou com o Athom, o que se pode dizer é que TKoL alcança o ponto que eles gostariam de ter chegado, mas se perderam na tentativa,

e o maracatu eletrônico de Bloom está aí para dar o bom recado (ou seria BOOM?). E o que eleva esse trabalho, é ser feito pelo conjunto de cabeças que transformou o Radiohead numa das bandas mais cultuadas da atualidade.

Se In Rainbows demonstrava ser mais forte percorrendo diferentes aspectos da musicalidade, TKofL é (por mais estranho que isso possa parecer) um álbum pra dançar. É um álbum para o corpo!

Little by Little é quase um baião. Desde a batida a estrutura e o modo como sobem as notas. Se pensas ser um engano, duvido que não tenhas vontade de pelo menos bater o pé /no mínimo/ ao final de Feral, ou no uso de ‘pedais duplos’ em um dos tempos de Lotus Flower.

A bateria é o carro chefe! A percussão está para TKofL como a guitarra está para o rock. (E nem preciso dizer da ausência da mesma, o que não é novidade nenhuma).

Consigo até mesmo imaginar Thom desafinando em Give Up the Ghost nos shows (pra fazer par com Climbing Up The Wall). Então, as linhas dos vocais não impressionam como no álbum anterior. Mas e para quê? Se quando chegar na metade de Lotus Flower você já estará com a cabeça nas nuvens e os pés coçando. E para o amigo que diz não dançar, a dança não é um movimento só do corpo, mas do pensamento tb.

Radiohead não é o tipo de banda que fotografa as belezas do mundo, não sei se são incapazes, mas ter o mundo sob sua ótica – no que diz respeito a maior parte de sua obra – nos deixa longe de um pq ir lá fora enfrentar moinhos de vento. E seguindo nesse ritmo, a seqüência de Codex /e sua voz sem paixão/ e Give Up The Ghost, traz aquele momento bucólico. Mas Separator e os versos finais “Wake me up” levantam a bola. E que bola!

Dizer o q? Que se trata de um dos melhores álbuns que essa década vai parir? Que já é um clássico? Ou que não é tão inovador assim? Ah, não... Por favor. Talvez o melhor conselho e desfecho é: ouça. E ouça de novo. E ouça novamente. E dance, dance, dance: é praticamente um batuque europeu! Pois se não for pra dançar isso, nem queira ouvir o que rola nos dancefloors mais badalados.

Mas vá! Dê um outro prazer ao seu corpo...


A inspiração de Bloom? (consegui o link através de R4mon)


O piano (Valeu Iza!)


Separator Lyrics Radiohead

It’s like I’m falling out of bed

From a long, weary dream

The sweetest flowers and fruits hang from trees

Falling off the giant bird that’s been carrying me

It’s like I’m falling out of bed

From a long and weary dream

Just exactly as I remember

Every root

Every gesture

I’m a heart in cold ground

Like I’m falling out of bed

From a long and weary dream

Finally I’m free of all the weight I’ve been carrying

As my woman blows her cover

In the eye of the beholder

I’m a fish now out of water

Falling off a giant bird that’s been carrying me

I fell open

I laid under

At the tip count

I was just a number

I wanna tip it over

And lay back under

And if you think this is over

Then you’re wrong

If you think this is over

Then you’re wrong

If you think this is over

Then you’re wrong

(Wake me up, wake me up)

If you think this is over

Then you’re wrong

(Wake me up, wake me up)

Like I’m falling out of bed

From a long, weary dream

The sweetest flowers and fruits hang from trees

When I ask you again

When I ask you again

Wake me up