
Não resisti e li uns comentários antes;
falaram
The Eraser é bom no que se propõe: no artifício. A única coisa que dá sensação de humanidade – aqui no sentido de para além da técnica/ artifício/ computador, ou seja, algo feito por alguém, indivíduo, particularidade –, é a voz de Thom. O que me parece cansativo nesse álbum é o uso de programas que ao descobrir sua funcionalidade, por exemplo, randômica/aleatória (quando é selecionado um instrumento há a opção de construir uma escala em qualquer tom, com a quantidade de notas que se quiser, com diferentes intensidades/ volume,...), o que acaba desnudando um trabalho feito só por ponta de dedos, e melhor/pior, é o programa que cria a linha sozinho. Isso me parece o mesmo que escrever um livro por um programa que utiliza impressão de frases de impacto, ou chuteira do futuro que cobra o escanteio nos 45 do segundo tempo, ou Cézanne usando um pincel eletrônico pra fazer o seu trabalho, ou um amor de plástico, com membro de plástico, com boca de plástico,...
E por fim, se quiserem fazer mais comparações com o solo ou com o Athom, o que se pode dizer é que TKoL alcança o ponto que eles gostariam de ter chegado, mas se perderam na tentativa,
e o maracatu eletrônico de Bloom está aí para dar o bom recado (ou seria BOOM?). E o que eleva esse trabalho, é ser feito pelo conjunto de cabeças que transformou o Radiohead numa das bandas mais cultuadas da atualidade.
Se In Rainbows demonstrava ser mais forte percorrendo diferentes aspectos da musicalidade, TKofL é (por mais estranho que isso possa parecer) um álbum pra dançar. É um álbum para o corpo!
Little by Little é quase um baião. Desde a batida a estrutura e o modo como sobem as notas. Se pensas ser um engano, duvido que não tenhas vontade de pelo menos bater o pé /no mínimo/ ao final de Feral, ou no uso de ‘pedais duplos’ em um dos tempos de Lotus Flower.
A bateria é o carro chefe! A percussão está para TKofL como a guitarra está para o rock. (E nem preciso dizer da ausência da mesma, o que não é novidade nenhuma).
Consigo até mesmo imaginar Thom desafinando
Radiohead não é o tipo de banda que fotografa as belezas do mundo, não sei se são incapazes, mas ter o mundo sob sua ótica – no que diz respeito a maior parte de sua obra – nos deixa longe de um pq ir lá fora enfrentar moinhos de vento. E seguindo nesse ritmo, a seqüência de Codex /e sua voz sem paixão/ e Give Up The Ghost, traz aquele momento bucólico. Mas Separator e os versos finais “Wake me up” levantam a bola. E que bola!
Dizer o q? Que se trata de um dos melhores álbuns que essa década vai parir? Que já é um clássico? Ou que não é tão inovador assim? Ah, não... Por favor. Talvez o melhor conselho e desfecho é: ouça. E ouça de novo. E ouça novamente. E dance, dance, dance: é praticamente um batuque europeu! Pois se não for pra dançar isso, nem queira ouvir o que rola nos dancefloors mais badalados.
Mas vá! Dê um outro prazer ao seu corpo...
A inspiração de Bloom? (consegui o link através de R4mon)
O piano (Valeu Iza!)
Separator Lyrics Radiohead
It’s like I’m falling out of bed
From a long, weary dream
The sweetest flowers and fruits hang from trees
Falling off the giant bird that’s been carrying me
It’s like I’m falling out of bed
From a long and weary dream
Just exactly as I remember
Every root
Every gesture
I’m a heart in cold ground
Like I’m falling out of bed
From a long and weary dream
Finally I’m free of all the weight I’ve been carrying
As my woman blows her cover
In the eye of the beholder
I’m a fish now out of water
Falling off a giant bird that’s been carrying me
I fell open
I laid under
At the tip count
I was just a number
I wanna tip it over
And lay back under
And if you think this is over
Then you’re wrong
If you think this is over
Then you’re wrong
If you think this is over
Then you’re wrong
(Wake me up, wake me up)
If you think this is over
Then you’re wrong
(Wake me up, wake me up)
Like I’m falling out of bed
From a long, weary dream
The sweetest flowers and fruits hang from trees
When I ask you again
When I ask you again
Wake me up
4 comentários:
Com o clipe de Lotus Flower a banda parece remeter-se ao cinema mudo. Mudo e sem cores.
O chapeu cõco do Thom prenuncia um carlitos epilético pra acentuar mais essa percepção.
O que querem com isso/ criar a música sem a música?~
realmente não sei a resposta.
O que me parece é que, desde o In Rainbowns, eles estão colando os retalhos que fazem emergir sua personalidade musical, cientes de terem contribuido com a evolução da música global. Cientes mas em fase de, ao meu ver, uma nova transição que virá no próximo album. Não o que deixam antever com a frase final deste The King Of Limbs, que parece mesmo vir a ser completado.
Não me parece um mal album, só ainda não completou seu intento.
grilo
A bateria de "Bloom" me lembrou o som de Nick Mason, batera do Pink Floyd, em "Set The Controls for the heart of the Sun", de 1967. Mas deve ser loucura da minha cabeça!
Grilo,
então.
Eles anunciaram que se trataria de um EP com 8 músicas; então não estava esperando um álbum (que é diferente de EP, claro... sabemos).
O Chapeu coco talvez seja apenas modismo: tá na moda! Ele não apareceu alguns anos atrás lançando 15 Step fazendo gesticulação de happer?
A minha única decepção seria se eles pegassem a PétchÊ Adams e jogassem dentro ali... a não ser que a música se desenvolva BEM mais do que aquilo que apresentaram,..., tanto é que ninguém falou dela(s) após o lançamento, e nem causou revolta...
Como escrevi. Acho que o álbum é forte em percussão e linhas de baixo. O vocal é simples, quase bossanovista e cool! É a mesma linha o tempo todo... leve... (sem vocais agressivos, potentes, confessos, enfim..., é simplesmente leve).
Acho que tem muita gente perdendo sem saber...
Sei lá.
Claudinei.
Achei mais parecido o batuque!
O que me chamou atenção tb em outras faixas... ... ...
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